terça-feira, 20 de julho de 2004

Estou com pressa; Dá licença, meu Senhor.
 
Há pressa, sempre há pressa.
 
Há ar
 
Quero palavras jorradas ao vento num véu sem lógicas morais ou institucionais.
 
Há represa
 
Desalento poético cheio de ternura e palavras de perdão;
 
Não há represália.
 
Quero um louvo de Deus despedaçando um silêncio inquieto.
 
Não há conforto
 
Vida sem alma, não quero nem a pau.
 
Não há vida
 
Quero palavras soltas, abertas imaturas.
 
A tristeza caminha de mãos dadas com a verdade
 
Quero as belas e as feias, bonitas e bizarras.
 
Há sorte
 
Sorrir é insano.
 
Quero um Deus sobre meus ombros,
 
Verborrágico é o Senhor!
 
Há desconforto
 
Quero chorar num cantinho cantando baixinho Roberto Carlos.
 
e morte.
 
Que se alguma realidade se revela, não resvale.
 
Quero colar imagens desconexas com a realidade, desconexas da realidade, coerentes com a tal de verdade. Realidade.
 
Dos vales da incompreensão ressurge dos males um vale que diz Olá a própria servidão do homem; rezando à natureza
 
Abra-te Sésamo que de ardis a vida se faz pueril.
 
Que preza. Que preza.
 
Que dos berros ladram ladrões correm no asfalto
 
Saltos saltimbancais, urgem novos fonemas léxicos-gramaticais
 
Roubando-lhe a paixão.
 
Sorte!
 
Sem dramas não há Vida! Sem dramas não há Vida!
 
Rouba-te a vida.
 
Uiva com a noite celebrando o fim sem um motivo qualquer.
 
Beija meu rosto e vem me dizer Adeus.
 
Um grito de morte sem que por isso queira desejar a morte mesmo que ela esteja encaminhada: caminhada, caminhando para o abismo do auto-conhecer-se.
 
Há Deus?
 
Que me suporte.

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