sexta-feira, 21 de maio de 2004

Encontrei o trabalho de uma mestranda da faculdade de educação de ufrgs - Taís Ferreira - que fala sobre o Abracadabra, olha que interessante:

"3.2 "ABRACADABRA" o ritmo frenético da infância pós-moderna

Muita cor, luz, som e movimento, ritmo e linguagem de vídeo-clip, diálogos curtos e rápidos, figurinos estilizando 'roupas de criança', coloridíssimos também. Gelo seco e atmosferas de mistério e suspense, rapidamente substituídas por coreografias e marcações de cena ágeis e repletas de acrobacias e gestos estilizados. Enfim, o ritmo frenético da infância pós-moderna, as cores e tons fortes da mídia (ver figura do programa do espetáculo no anexo 3), a velocidade das imagens televisivas, o deslocamento constante e instantâneo por páginas e links propiciado por um ´click´ no mouse, o movimento, a cor e os ruídos da Internet. Entretanto, convivendo mutuamente com esta linguagem teatral ágil e contemporânea, algumas representações de infância típicas de um relato da primeira metade do século XX. E parece-me ser este o nosso mundo de hoje, uma grande ´geléia geral´, misto de contradições e de convenções, o velho e novo, o belo e o feio, todos sob o mesmo céu, ainda que em lugares/ posições diferentes na rígida hierarquia normalizante das sociedades disciplinares e de controle.

Toda a peça é uma grande brincadeira de faz-de-conta de um grupo de cinco crianças (2 meninas e 3 meninos). As referências trazidas pelos jogos brincados pelos cinco amigos vão de números circenses aos filmes de terror e suspense. A trama desenvolve-se a partir do conflito entre três das crianças e sua suposta Professora-Bruxa que, descobre-se ser (com o desenlace da ação) uma das meninas do grupo, assim como seu zumbi-ajudante era o menino Dudu. Encarnando em sua brincadeira detetives, magos e pokemons, as crianças tentam vencer a mal intencionada professora, que percebemos como uma nítida representação negativa de uma relação provavelmente pouco saudável entre as crianças e sua professora."


Sei lá, fiz a operação do som logo que a peça estreou. E pude ver os olhinhos das crianças fixos e fascinados - no suspense, na diversão e na "peça" pregada à eles quando - por exemplo - um sapinho pulava de dentro de uma caixa em direção à eles - o fato de ter realizado a feitura da trilha, no que tange a concepção, me dá boas lembranças. Ainda mais quando leio um trabalho que, antes de analisar, comenta sobre o universo da peça.

.O Artigo completo aqui.

Nenhum comentário: