APRESENTO-VOS;
POSEIDON!!!*
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POSEIDON (POSÍDON, POSÊIDON)
(v. Netuno)
Deus dos Mares, dos Oceanos, dos Rios, das Fontes, dos Lagos, o domínio das águas* lhe pertence, assim como os infernos a Hade, o Céu a Zeus, e a Terra aos três irmãos. Seu atributo, o tridente, ou arpão de três pontas, análogo ao raio de Zeus, pôde representar originalmente o jorrar de ondas e dos relâmpagos. Pois Poseidon é um deus temível: ele é antes o deus do mar revolto que da bonança.
(SECG, 103)
Teve muitas ligações amorosas, é o mais volúvel dos deuses, com deusas e mortais, mas nada engendra a não ser monstros e bandidos. A filha que teve com Deméter, somente os iniciados podem saber seu nome, diz Pausânias. O segredo permaneceu oculto.
Poseidon é igualmente uma força ctoniana, o deus dos tremores de terra, provindo os abalos, segundo os antigos, das tempestades do mar, sobre o qual repousam os continentes: ele é o deus que faz tremer a terra. Ele faz oscilar a terra e as marés, diz Homero. Assim, J. Humbert pôde dizer que Poseidon primitivamente deve ter simbolizado a força ativa que faz oscilar a terra receptiva e passiva, quer se trate da seiva vital ou das agitações sísmicas (em SECH, 104). Também é representado pelos animais que encarnam o princípio de fecundidade, o cavalo, o touro, o golfinho. A crina de um, os mugidos do outro, a rapidez saltitante do terceiro, por suas semelhanças com as ondulações barulhentas das ondas, ficariam no nível da explicação puramente metafórica. A interpretação simbólica conduz mais longe e mais profundamente, além de simples aparências, até à percepção desse princípio de fecundidade que se verifica em cada um dos animais indicados e que se revela tanto mais intensa em Poseidon pelo fato de que a multiplicidade dos animais representados, todos na mesma linha, produz como que um efeito cumulativo. é a Poseidon que Platão (Crítias, 113e) atribuirá o poder, na Atlântida fabulosa, de fazer esguichar de debaixo do chão duas fontes de águas, uma quente, a outra fria, e fazer nascer sobre a terra plantas nutritivas de todas as espécies, em abundância.
Poseidon, deus dos mares e das terras agitadas, seria o símbolo das águas primordiais, das águas de baixo, não de cima, onde a vida tem nascimento, mas de modo ainda indiferenciado, tempestuoso e monstruoso. O sólido começa a emergir dos turbilhões marinhos; falta desenvolvê-lo e harmonizá-lo. Poseidon é a expressão ctoniana das forcas criadoras; ele encarna as forças elementares e ainda indeterminadas de uma natureza que está à procura de formas sólidas e duráveis.
Do seu ponto de vista ético, Paul Diel julgará severamente o tipo de comportamento simbolizado por Poseidon; o deus trairia qualquer esforço de espiritualização, ele legalizaria uma forma de perversão, ele sanciona a satisfação perversa do desejo, a banalização, a perversão (DIES, 123).
Dicionário de Símbolos; Jean Chevalier e Alain Gheerbrant
Ed. José Olympo - 18° edição - pg 738
* sem fins comerciais
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