"Caminhando com Von Franz"
Já fazem semanas que eu me sinto muito pouco feliz em almoçar na faculdade. Querer acreditar que minhas aulas de Língua e Literatura Grega vão bem, enquanto elas vão de mal a pior.
Hoje por exemplo é a terceira aula de literatura grega que eu descaradamente falto. Pesquisei livros na biblioteca, peguei uma compilação com Walter Benjamin.
Para piorar a situação eu sei exatamente o motivo de eu não freqüentar mais as aulas de literatura grega - as de língua freqüento com felicidade, sou uma das únicas vivas almas que não se incomada com a língua grega.
Me incomodei com o trabalho final do semestre. Retirei livros, li, li, li. Esmiucei cada palavra e fiz um suco de laranja de dar inveja à qualquer liquidificador. Cada palavra, frase e parágrafo. Cada capítulo, cada livro. Tudo exprimido à mão. Naqueles expremedores plásticos, que tu encontra numa casa de praia.
Fiz isso durante todo o semestre. Estava empolgada, meus almoços eram regados a espaços dedicados ao nada, eram solitários - contentemente me sentava na Cantina, pensava que era melhor que comer no R.U., que não era tão caro, que até gostava de sentar-me sozinha. Me divertia. De forma ridícula o fazia.
Sentei-me a mesa com dois colegas muito legais. Passei por momentos 'espaço em branco', falei empolgada e desastrosamente sobre a última leitura.
Caminhava pela Puc como quem tinha um ar de liberdade: acima de tudo me sentia feliz. Achava que caminhava com Von Franz. Tive a impressão de que precisava escrever algo para o trabalho final.
Tanta pesquisa: estava travada.
Não conseguia pensar na forma de apresentar o trabalho.
Resolvi, então, do jeito que pude, montar as pecinhas do quebra-cabeça e fazer delas um baralho mitológico.
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