segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Não Muito

. Ela virou pra mim e disse, porra não tenho muito a dizer. Não fiz pergunta nenhuma, só dei um guardanapo pra ela enxugar o rosto. Fico observando. Ela é serena. Mas brilha, no âmago. Parece malevolência, intolerância, algo de demência, alguma execrância. Suspira crocante, e aí pensei que algo fosse falar. Nada importante, salientou. Aquilo já me punha angustiada.
. Ora se era pra nada dizer que se pusesse calada. Ao meu redor, disse ela, há uma redoma. Me vejo inabalada. Mas nisso não há verdades.

. Quando passa da meia-noite essas coisas me grilam, falei.

. Sem murmúrios ou lamúrias. Sem lampejos ou gaguejos. Fiquei enjoada.

. Disse que tava na minha hora e fui-me-embora.

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