Só Eu Sei Ver o Sol Nascer
Toranja
Desfaz-se o tempo em rotinas e vontade sem projectos e verdade sem desgostos que se alastram em vestígios destorcidos de nascentes que encontramos. E é sempre quando seca que tudo se tem que agarrar a tudo que faz fugir e a verdade passa a estar no fundo de um copo cheio do que se quer ser e a beata no chão que faz os olhos arder e nova moda nas crianças que ainda estão a aprender como têm que estar e andar e beber e dançar e comer e falar e ouvir e sentar e sorrir para saber existir! Só eu sei ver o sol nascer. Desfaço-me em pedaços em retrato sem bebidas que trocámos e abraçámos sim, fugimos, mas voltamos! e o que presta é o que resta em nós... No fim de festa onde todos sabemos quem somos ou que não se quer lembrar ou quem precisa de estar perdido noutro sonho a mesmo noite o mesmo copo o mesmo corpo a mesma sede que não sabe secar, onde se encontra sem se procurar onde se dança o que estiver a tocar, muito fumo, muito fogo, muito escuro onde somos o que queremos quase somos o que queremos quase fomos o que queremos... Só eu sei ver o sol nascer.
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